Roda de conversa com mulheres em situação de vulnerabilidade em saúde com abordagem da campanha outubro rosa: relato de experiência

Autores

  • Rian Clares Silvestre
  • Francisca Caroliny Ramos Pinheiro
  • Charlineide Januário Silva
  • Yanni Maria Pereira Alencar
  • Wayarla Kely De Sousa
  • João Paulo Xavier Silva

Resumo

Introdução: O primeiro conceito de vulnerabilidade foi proposto no âmbito dos Direitos Universais do Homem, sendo discutido posteriormente por diferentes áreas. Segundo as novas concepções da vertente crítica em Epidemiologia, a vulnerabilidade em saúde teve seu início há aproximadamente três décadas, no mesmo período das reformas sanitárias, atrelada a respostas à epidemia da AIDS. Dessa forma, a vulnerabilidade em saúde pode acarretar um risco maior a comunidades acometidas por ela, sendo necessário adentrá-las muitas vezes como meio de disseminar informações. A campanha do Outubro Rosa, mesmo tendo início nos anos 90, até os dias de hoje há muita desinformação acerca dessa temática, acometendo aos profissionais de saúde a responsabilidade de levar informações a mulheres de todas as comunidades possíveis, principalmente às comunidades que não tem tanto acesso à saúde. Objetivo: Relatar experiências de acadêmicos do curso de graduação bacharel em Enfermagem, pelo Centro Universitário Vale do Salgado (UNIVS), oriundas de atividade de extensão, proposta pela da Liga Acadêmica em Promoção à Saúde (LAPS). Metodologia: O presente estudo corresponde a um relato de experiências de acadêmicos do curso de graduação bacharel em enfermagem, pelo Centro Universitário Vale do Salgado, no município de Icó-CE, em uma atividade de extensão, proposta pela Liga Acadêmica em Promoção à Saúde (LAPS), do tipo roda de conversa, que ocorreu no semestre letivo 2023.2 na ONG Projeto Ajudador, localizada também no município de Icó-CE. O público-alvo foram mulheres, com faixa etária entre 30 a 50 anos, contendo também a participação de pessoas mais jovens durante a roda de conversa. A abordagem foi através da exposição de peças anatômicas, como mama e região pélvica feminina com colo do útero, dinâmica interativa e diálogo com o público-alvosobre a importância do uso dos métodos contraceptivos. Foi demonstrado como é feito o autoexame das mamas e a suspeita de qualquer achado de nódulos ou líquido. Referente ao câncer do colo uterino, foi demonstrado os materiais necessários para realização do exame papanicolau, exposição dos métodos contraceptivos e diálogo com o público-alvo. No decorrer da roda de conversa, ocorreu a aplicabilidade da dinâmica que tinha como objetivo a apresentação dos riscos da gravidez na adolescência e uma reflexão crítica acerca do assunto. Resultados e discussões: Diante da abordagem proposta pelos acadêmicos, observou-se que as mulheres apresentavam déficit de conhecimento em relação ao tema abordado, principalmente quando se tratava de formas de prevenção aos cânceres de mama e colo do útero, bem como acerca dos sinais e sintomas que o câncer pode apresentar e como poderiam ser diagnosticados precocemente, especificamente por meio do autoexame das mamas e observação dos sinais do próprio corpo, e em decorrência disso havia um misto de sentimentos, tais como o medo de receber diagnóstico da patologia e curiosidade acerca do assunto, que propiciou uma discussão proveitosa, com retirada de dúvidas e interação entre acadêmicos e as mulheres ouvintes na ocasião. Ao final da atividade, percebeu-se que as mulheres passaram a ter uma nova perspectiva acerca da prevenção dos cânceres de mamas e colo do útero e demonstraram sentimentos de satisfação e confiança por terem adquirido conhecimento significativo acerca do assunto e terem maior sensibilidade para observar sinais do próprio corpo. Considerações finais: Portanto, para elucidar as considerações finais do estudo, é perceptível que falta de informação sobre os sinais e sintomas câncer de mamas e colo de útero ainda é algo bem presente entre o público feminino, bem como o medo de realizar o exame de citopatológico. Embora haja vários meios de disseminação sobre o assunto, muitas mulheres ainda demoram a procurar o serviço de saúde para realizar o exame preventivo, em que diversas razões podem levar essas mulheres a não procurar o serviço de saúde, sendo uma delas a questão da vulnerabilidade social e vulnerabilidade em saúde, fazendo com que um possível diagnóstico seja entregue tarde. Então, nota-se que a participação do profissional de enfermagem no contexto da educação em saúde com abordagem de temáticas de interesse maior por parte das mulheres, se faz muito necessário para levar conhecimento. Diante dos achados percebe-se que a abordagem realizada pelos acadêmicos teve impacto significativo para a construção do conhecimento das mulheres presentes na ocasião, demonstrando grande eficácia para a disseminação da informação de educação em saúde.

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Publicado

2024-06-28