Clinical Interview In Psychodiagnosis:

The Interviewer’s Subjectivity And The Possibility Of Bias In The Process

Authors

Abstract

Introdução: A entrevista clínica é uma técnica fundamental utilizada em psicodiagnóstico, que tem como objetivo obter informações detalhadas sobre o paciente, seu histórico e seus sintomas. Ela é geralmente realizada pelo psicólogo, que é treinado para conduzir a entrevista de forma sistemática e estruturada, visando maximizar a coleta de informações relevantes (Tavares, 2007). A entrevista clínica é um processo dinâmico e interativo, no qual o psicólogo deve estabelecer uma relação empática com o paciente, encorajando-o a se expressar livremente e esclarecendo quaisquer dúvidas ou mal-entendidos que possam surgir. Além disso, é importante que o psicólogo seja capaz de adaptar sua abordagem às necessidades específicas do paciente, levando em consideração fatores como sua idade, gênero, cultura e personalidade (Macedo; Carrasco, 2005). Existem diferentes tipos de entrevista clínica que podem ser utilizados em psicodiagnóstico, incluindo a entrevista estruturada, a entrevista semiestruturada e a entrevista não estruturada, e ela se aplica na prática profissional em psicologia em diversas áreas. A escolha do tipo de entrevista dependerá do objetivo da avaliação, das características do paciente e do treinamento e preferências do psicólogo. A entrevista clínica é uma ferramenta valiosa em psicodiagnóstico, pois permite ao psicólogo obter informações detalhadas sobre o paciente que não podem ser obtidas por meio de outros métodos de avaliação, como testes psicológicos (Serafini, 2016). No entanto, é importante lembrar que a entrevista clínica não é infalível e que os resultados obtidos devem ser interpretados com cautela, levando em consideração a possibilidade de vieses e distorções. Objetivo: Discutir acerca dos desafios relacionados à subjetividade do entrevistador e a possibilidade de viés durante a entrevista clínica em psicodiagnóstico e apresentar possíveis estratégias para lidar com esses desafios, a fim de garantir que o processo de avaliação psicológica seja o mais objetivo e preciso possível através da revisão narrativa da literatura. Metodologia: Foi realizada uma revisão narrativa com o objetivo de atender ao propósito estabelecido. Essa revisão consiste em publicações que descrevem e analisam a situação atual de um determinado assunto (Rother, 2007). Optou-se pela revisão narrativa que permite uma discussão mais abrangente e aprofundada. A pesquisa bibliográfica adotou uma abordagem exploratória e utilizou como método de análise periódicos científicos relacionados ao tema, coletados de forma não sistemática nos meses de abril e maio de 2023. Os critérios de seleção dos estudos foram: data de publicação entre 2020 e 2023, privilegiando informações mais atualizadas sobre o tema; relação com o tema do estudo; e contribuição para o desenvolvimento e discussão do objetivo estabelecido. A leitura integral dos materiais selecionados foi acompanhada de uma análise crítica. Essa revisão contribui para atualizar o conhecimento sobre o tema e possibilita a educação continuada. As plataformas utilizadas foram a Scientific Electronic Library Online (SciELO) e o Google Acadêmico. Resultados e discussão: Um dos desafios aparentes na entrevista está relacionado a subjetividade do entrevistador que pode afetar o processo de avaliação psicológica. O entrevistador pode ter preconceitos, expectativas ou julgamentos prévios que afetem a sua percepção e interpretação dos comportamentos e respostas do entrevistado (Vezossi et al., 2020). Além disso, o entrevistador pode ter sua própria história pessoal e experiências que possam influenciar sua avaliação do entrevistado. Na literatura, é ressaltada a relevância do estabelecimento de um bom rapport e da empatia por parte do entrevistador em processos de entrevista. Além disso, é crucial que sejam estabelecidas regras claras de comunicação e que haja estímulo para que o paciente se sinta à vontade para revelar informações, ao mesmo tempo que se evita a sugestionabilidade. É imprescindível que os profissionais capacitados estejam à frente das entrevistas, garantindo que não ocorra qualquer tipo de revitimização ou processos equivocados de coleta de dados (Aznar-Blefari et al., 2021). Os processos subjetivos de profissionais imbuídos de crenças e vieses (político, religiosos, morais e afins) pode promover uma postura acrítica em uma avaliação psicológica, em que, durante uma entrevista, pode ocorrer a produção de documentos e a continuação de um processo de psicodiagnóstico carentes dos princípios fundamentais da profissão (Silva Lourenço; Shine; Ortiz, 2021). No mesmo seguimento, Martins (2021) demonstra em seu estudo como o Fundamentalismo Religioso, característica que pode ou não fazer parte do repertório pessoal do ser humano enviesando comportamentos e atitudes, está associado a uma postura antiética no que tange a atuação profissional em psicologia, e causa sofrimento psíquico de homossexuais e mulheres, por exemplo. Os autores corroboram com a ideia de uma formação pautada nos princípios fundamentais da profissão, que englobam a laicidade, a não sugestionabilidade e o comprometimento na defesa dos direitos humanos (Vezossi et al., 2020; Aznar-Blefari et al., 2021; Martins, 2021).  Considerações finais: A entrevista clínica é uma ferramenta essencial no processo de psicodiagnóstico e avaliação psicológica, mas há desafios relacionados à subjetividade do entrevistador e a possibilidade de viés na coleta de informações durante a entrevista clínica em psicodiagnóstico. Um dos desafios é que a subjetividade do entrevistador pode afetar o processo de psicodiagnóstico e avaliação psicológica. O entrevistador pode ter preconceitos, expectativas ou julgamentos prévios que afetem a sua percepção e interpretação dos comportamentos e respostas do entrevistado. Além disso, o entrevistador pode ter sua própria história pessoal e experiências que possam influenciar sua avaliação do entrevistado. Outro desafio é que a possibilidade de viés durante a entrevista clínica em psicodiagnóstico pode ocorrer de várias maneiras. Por exemplo, o entrevistador pode fazer perguntas que induzem respostas, pode dar pistas ou sugestões, pode fazer perguntas muito fechadas ou muito abertas, pode interromper o entrevistado ou pode focar em algumas informações e negligenciar outras. É importante que o profissional esteja ciente de suas crenças, preconceitos e julgamentos e busque umas suspensão dos a prioris que não influencie no serviço prestado, além de melhores avaliações na formação profissional de estudantes, onde no processo de formação seja fomentado a importância das práticas éticas em consonância com os princípios fundamentais da profissão (Conselho Federal De Psicologia, 2005).

Published

2024-04-19