A monitoria como parte do processo de ensino- aprendizagem no curso de Fisioterapia: relato de experiência

Autores

  • Ana Lívia Vieira Mota
  • Reíza Stéfany de Araújo e Lima

Resumo

Introdução: O ensino e aprendizagem se pressupõem como um pilar para realização do processo de educação, principalmente no contexto de cursos do ensino superior. Nesse contexto, a monitoria acadêmica torna-se uma ferramenta de extensão efetiva para implementação e potencialização de tal processo. A monitoria acadêmica rompe um estigma e idealização de único e exclusivo mediador de conhecimento, papel geralmente atribuído ao professor e propõe que o processo educacional tenha uma abordagem mais ampla, atribuindo ao discente-monitor também uma parte de contribuição no processo de aprendizagem de seu colega. O exercício da monitoria é regido pela Constituição Federal onde a Lei nº. 9.394/1996 - artigo 84: estabelece que os "discentes da educação superior poderão ser aproveitados em tarefas de ensino e pesquisa pelas respectivas instituições, exercendo funções de monitoria, de acordo com seu rendimento e seu plano de estudos”. Além disso, William Glasser em seus estudos realizou a construção da Pirâmide do Aprendizado, e nesta o autor afirma que não se deve trabalhar apenas com memorização e propõe que o aprendizado se aprimora em 95% quando ensinamos aos outros. Objetivos: Relatar a experiência vivenciada por uma discente do Curso de Fisioterapia durante seu período de monitora na disciplina de Fisioterapia em Pediatria e Neonatologia II. Metodologia: Trata-se de um estudo descritivo, do tipo relato de experiência, realizado a partir da vivência da discente na monitoria da disciplina Fisioterapia em Pediatria e Neonatologia II no período de março a outubro de 2023 sob a orientação da Mestra Reíza Stéfany de Araújo e Lima, ofertada no curso de graduação de fisioterapia, geralmente designada aos discentes do 8º semestre. Resultados e Discussão: As monitorias são momentos de importância na formação dos discentes do ensino superior, visto que promove a troca de conhecimento e, consequentemente, favorece o aprendizado dos estudantes. Os momentos das aulas da monitoria permitem oportunidades para o desenvolvimento dos alunos e aprimoramento da monitora, visto que essa, assim como os demais alunos, ainda é uma profissional em formação. A monitoria foi iniciada em março/2023 e, durante aproximadamente 8 meses de exercício de monitoria da disciplina anteriormente mencionada, foram realizadas 70 monitorias, divididas entre aulas teóricas, práticas e momentos de estudo para exercer a monitoria, onde haviam aproximadamente 3 a 4 turnos semanais de monitoria; onde dividiam-se da seguinte maneira: 2 ou 3 turnos eram voltados para a aplicação de monitorias com os alunos matriculados na disciplina e 1 turno era voltado para momentos de estudos, aprimoramento de técnicas práticas e construção de materiais teóricos para a monitoria. Nas aulas teóricas, utilizavam-se slides para explicação do conteúdo, fazendo-se uso também de metodologias ativas (como a sala de aula invertida, aprendizagem baseada em problemas e construção de mapas mentais) para melhor fixação do conteúdo, e nas aulas práticas realizava-se simulação de provas práticas, aplicação de revisão de técnicas estudadas em sala de aula. O período de monitoria também possuiu momentos de estudo da monitora para revisão dos conteúdos, construção de materiais para as aulas teórico-práticas e aprimoramento de técnicas práticas que seriam aplicadas. As aulas teóricas eram feitas em uma das salas de estudo da biblioteca da instituição, em salas de aula da Clínica-Escola, ou no laboratório de informática dessa repartição, e as práticas realizadas eram feitas em laboratórios (de pediatria, de cardiorrespiratória e de educação física – quando os outros estavam reservados) com a devida paramentação (luvas, jaleco e sapato fechado) e eram voltadas para os conteúdos práticos previstos na disciplina, sendo estes as técnicas não farmacológicas para alívio da dor (como a construção do “ninho” e os posicionamentos realizados; enrolamento, método canguru), técnicas de primeiros socorros em neonatos (manobra de Heimlich e RCP) e técnicas específicas da fisioterapia para neonatos (como a técnica ETGOL, AFE lento intenso, Desobstrução Rino-Fraíngea Retrógrada com a instilação nasal). Além disso, explicou-se e realizou-se a montagem e fez-se o uso de equipamentos, como a aplicação na técnica de Hiperinsuflação + PEP e a técnica de empilhamento (air stacking), onde ambas utilizavam o ambu e na primeira citada usa-se também a válvula de PEP. Considerações Finais: Tendo em vista a complexidade de conteúdo da disciplina de Fisioterapia em Neonatologia II e a dificuldade que alguns alunos possuem ao realizarem as práticas da referida disciplina, o uso de aulas teórico-práticas da monitoria interfere positiva e diretamente no desenvolvimento e compreensão dos conceitos científicos objetivando assim, melhor compreensão e fixação do conteúdo e capacitação profissional e educativa dos discentes, promovendo assim a solução de problemas, tanto em sala de aula como no futuro, na vida profissional. Além disso, para a monitora, as realizações dos estudos e montagem de material para exercício da monitoria e as práticas durante o período da monitoria proporcionaram à discente-monitora momentos de estudos, práticas e reflexões, compreendendo que o ensino de aprendizagem não se detém apenas ao que é estudado e ministrado em sala de aula.

Publicado

2024-05-05