Avaliação psicológica x população idosa: as dificuldades que os cercam

Autores

  • Luana Félix Araujo
  • Thayane Vieira Bezerra
  • Lielton Maia Silva

Resumo

Introdução: A identificação e intervenção precoce de condições de agravo à saúde nesta população é de extrema importância, visando a preservação da funcionalidade individual. Um estudo realizado no Nepal evidenciou que um programa de 5 sessões semanais de trabalho de resolução em grupo tem benefício nos sintomas depressivos apresentados pelos idosos, com ocorrência de melhora do humor e redução de agitação psicomotora dentro de 3 meses (Freitas et al, 2023). O envelhecimento da população exige uma abordagem proativa para lidar eficazmente com os desafios emergentes, tanto no âmbito da saúde pública quanto nas esferas socioeconômicas. A preparação para a presença crescente de idosos na sociedade é essencial, e a formulação de estratégias abrangentes é crucial para garantir uma transição suave para uma população mais idosa e garantir o bem-estar coletivo. As concepções que compartilham a velhice como uma fase caracterizada exclusivamente por perdas e declínios inevitáveis ​​foram corroboradas por pesquisadores no campo da psicologia do envelhecimento. Esses estudiosos empregaram uma metodologia que envolveu, principalmente, a comparação do desempenho físico, cognitivo e emocional entre grupos mais idosos e grupos mais jovens, como evidenciado nos resultados de pesquisas realizadas por Batistoni, Fortes e Yassuda em 2007 (Ribeiro, 2015).Objetivo: O intuito deste trabalho científico é ressaltar a necessidade e o olhar da Avaliação Psicológica para o público idoso direcionado a transtornos mentais, tal como destacar dificuldades em que são enfrentadas para o desenvolvimento do processo. Metodologia: Esta pesquisa consiste em realizar uma revisão bibliográfica com uma abordagem qualitativa. Nossa busca se concentrou em artigos relacionados às temáticas que serão desenvolvidas, com um foco no contexto da avaliação psicológica na população idosa e nas dificuldades que eles enfrentam neste processo psíquico. Para a elaboração deste trabalho, foram consultados artigos científicos e periódicos encontrados no Scielo e Pepsic. Resultados e Discussões: Nas últimas décadas, tem sido observado um iminente aumento na população com mais de 60 anos, especialmente nos países desenvolvidos. Entre 1970 e 2025, espera-se um crescimento de 223% no número de pessoas nessa faixa etária em todo o mundo. Estima-se que até 2050, a população idosa atingirá a marca de dois bilhões de pessoas, com 80% delas residindo nos países mais economicamente desenvolvidos (World Health Organization, WHO, 2002). Esse processo de envelhecimento é um fenômeno que acarreta múltiplos desafios, tanto em nível individual quanto coletivo, especialmente quando se trata de providenciar cuidados a longo prazo para esse público. Transtornos psiquiátricos apresentam uma alta incidência nesse grupo, com ênfase nos casos de demência e distúrbios de humor, tais como depressão e ansiedade, sobretudo no contexto pós pandêmico (Santomauro et al, 2021). Diante dessa perspectiva, é imperativo que as sociedades e sistemas de saúde se adaptem a esse crescente número de idosos e aos desafios que surgem com o envelhecimento da população. Além disso, a experiência da pandemia de COVID-19, mencionada anteriormente, destacou a importância de um sistema de saúde resiliente e capaz de lidar com crises de saúde pública que afetam de maneira desproporcional os idosos. A avaliação psicológica em relação à população idosa é uma área de estudo e prática que envolve a análise das questões psicológicas que afetam os idosos. A avaliação psicológica na população idosa é crucial por diversos motivos. Ela desempenha um papel fundamental na detecção de transtornos mentais, uma vez que o envelhecimento aumenta a suscetibilidade a esses problemas. Além disso, a avaliação psicológica é essencial para diagnosticar precocemente doenças neurodegenerativas, como a doença de Alzheimer, por meio da avaliação da capacidade cognitiva dos idosos. Isso permite um tratamento adequado e contribui para a promoção da saúde mental e qualidade de vida nessa fase da vida. É fundamental compreender e abordar as particularidades desse grupo, considerando as dificuldades que os cercam. A população idosa enfrenta uma série de desafios em sua vida, que variam desde questões de saúde física até desafios psicológicos e emocionais, como já mencionado. No processo de avaliação psicológica em idosos, diversas dificuldades comuns surgem, incluindo estigma associado a problemas de saúde mental, o que pode levar à relutância em buscar ajuda. Barreiras de comunicação, como dificuldades de audição, visão ou cognição, também podem impactar a avaliação, exigindo sensibilidade e adaptação por parte dos profissionais. Além disso, as comorbidades médicas frequentes nessa faixa etária podem complicar a avaliação, demandando uma consideração cuidadosa da interação entre problemas médicos e emocionais para um entendimento abrangente. É importante que os profissionais de saúde mental e os cuidadores compreendam essas dificuldades e adotem uma abordagem sensível e centrada no idoso ao fornecer avaliação psicológica e tratamento. A avaliação psicológica não apenas identifica problemas, mas também ajuda a desenvolver estratégias de intervenção e apoio que melhorem a qualidade de vida e o bem-estar emocional da população idosa. Além disso, promover a conscientização e a educação sobre questões relacionadas ao envelhecimento é fundamental para reduzir o estigma e melhorar o suporte a essa população. Conclusão: O aumento expressivo da população idosa traz desafios complexos, agravados pelo contexto pós-pandêmico e pela prevalência de transtornos psiquiátricos. A avaliação psicológica, crucial para lidar com essas questões, enfrenta obstáculos como estigma e barreiras de comunicação, especialmente em casos de comorbidades médicas. Profissionais de saúde mental e cuidadores precisam adotar abordagens centradas no idoso, promovendo conscientização para superar esses desafios. Essa avaliação não apenas identifica problemas, mas é essencial para desenvolver estratégias de intervenção, visando melhorar a qualidade de vida e o bem-estar emocional dos idosos. Enfrentar esses desafios com empatia e resiliência permite a construção de sociedades mais inclusivas e solidárias, transformando o envelhecimento em uma oportunidade enriquecedora para a experiência humana. O cuidado efetivo com a população idosa é um desafio crucial, demandando colaboração entre governos, profissionais de saúde, pesquisadores e a sociedade. O envelhecimento populacional não deve ser visto como um problema, mas como uma chance de criar comunidades mais acolhedoras, onde os idosos continuam a contribuir significativamente.

Publicado

2024-05-03