Avaliação do nível de conhecimento de tutores de gatas (Felis Catus) sobre a Hiperplasia Mamária e sua relação com o uso de injeções anticoncepcionais

Autores

  • Ana Lícia Holanda Pinheiro
  • Alcides Dantas de Araújo Neto
  • José Bernardes Lima Santos
  • Luan Amorim
  • Viviany Lima Gomes
  • Rhamon Costa e Silva

Resumo

O objetivo central deste trabalho foi realizar uma investigação para avaliar o nível de conhecimento dos tutores de gatas sobre à hiperplasia mamária e sua relação com o uso de injeções anticoncepcionais A Hiperplasia Fibroepitelial, também conhecida como Hiperplasia Mamária Felina (HMF), é caracterizada pela hiperplasia celular do estroma dos ductos das glândulas mamárias em gatas. Essa alteração, que não é de natureza neoplásica, está frequentemente associada ao uso inadequado de anticoncepcionais, onde são geralmente empregadas de maneira flexível para interromper o ciclo de trabalho em etapas devido ao baixo custo e facilidade de uso. Entretanto, essa prática pode levar a equívocos por parte dos tutores em relação ao seu uso como principal método de prevenção da gravidez em felinos. Diante disso, a castração mostra-se como o método mais eficaz para prevenir a hiperplasia mamária, além de reduzir os riscos de diversas outras doenças que podem afetar a saúde e a longevidade dos animais. Para alcançar o objetivo do trabalho, foi aplicado um questionário online utilizando a plataforma Google Forms. Este questionário abrangeu 13 perguntas, tanto de múltipla escolha quanto discursivas, explorando questões relacionadas à hiperplasia mamária em gatas e ao uso de anticoncepcionais. Um total de 117 respostas foram obtidas por meio dessa coleta de dados, onde os participantes variaram em idade, com a maioria (82,9%) apresentando mais de 18 anos e com localização em Jaguaribe-CE e cidades circunvizinhas, além de Fortaleza, São Paulo e Campina Grande. Grande maioria dos participantes (77,8%) afirmou ser tutor(a) de uma gata, sugerindo que existe um grupo significativo de pessoas que podem se beneficiar de informações sobre a prevenção da hiperplasia mamária. Ademais, destaca-se que a maioria dos participantes (72,2%) não tinha conhecimento da hiperplasia mamária em gatas, o que revelou uma falta significativa de esclarecimento sobre essa condição, destacando a necessidade de fornecer informações para preencher essa lacuna de conhecimento.  Dentre as pessoas que descreveram seu conhecimento sobre a hiperplasia mamária, foram obtidas respostas diversas, desde uma resposta que dizia “nada”, até uma breve explicação correta dos sintomas da doença, onde foi possível observar relatos de casos de tutores que disseram fazer o uso da injeção anti-cio por não ter condições financeiras para realizar a castração, mesmo sabendo dos riscos. Ademais, a maioria (62,6%) usou medicação anticoncepcional em suas gatas, evidenciando um alto número de tutores que recorrem a esses medicamentos, muitos deles devido à falta de informação sobre os efeitos potenciais negativos desses medicamentos em seus pets. Conforme o previsto, os resultados indicam que 76,5% dos participantes não tinham conhecimento sobre a relação entre a hiperplasia mamária e o uso de anticoncepcionais em gatas, ressaltando a falta de conhecimento em relação à doença e suas causas.  Em seguida, 77,8% dos entrevistados afirmaram não ter consultado um veterinário antes de aplicar medicação anti-cio em seus animais, evidenciando a falta de sensibilização sobre os riscos desses medicamentos. Mais de metade dos participantes (51,3%) não consideraram a castração como medida de prevenção da hiperplasia mamária, destacando a necessidade de educação sobre os benefícios desse procedimento. Um percentual significativo de 34,2% respondeu "não tem certeza", e 27,4% afirmaram não estar cientes da recomendação da castração como a melhor forma de controle de natalidade, enfatizando a necessidade de aumentar o esclarecimento sobre o controle de natalidade responsável em pets. As respostas de 11 participantes indicam que a hiperplasia mamária impactou negativamente a qualidade de vida das gatas, causando desde debilitação até situações trágicas, como perda dos animais, destacando a necessidade de esclarecer os riscos dos anticoncepcionais e promover práticas veterinárias responsáveis. Além disso, foi possível observar que os participantes buscam informações de saúde animal principalmente na internet (67,5%), seguido por familiares/amigos (52,1% e veterinários (19,7%), ressaltando a necessidade de orientação confiável e educação em saúde animal. Fica claro, portanto, que o projeto ressalta a urgência da educação e sensibilização acerca da hiperplasia mamária em gatas, assim como da adoção de práticas de saúde responsáveis, como a castração. Ademais, é fundamental que as pessoas estejam cientes da importância de buscar fontes de informação confiáveis para garantir o bem-estar dos seus pets. Assim, este projeto é um passo fundamental para promover a saúde felina e para capacitar os tutores a tomar decisões embasadas e responsáveis.

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Publicado

2024-05-05