Percepção de mulheres privadas de liberdade acerca do autocuidado e prevenção de cânceres de mama e colo do útero: relato de experiência

Autores/as

  • Charlineide Januário Silva Centro Universitário Vale do Salgado (UniVS)
  • Adryelle Silva Lima Centro Universitário Vale do Salgado (UniVS)
  • Laiane Moura da Silva Centro Universitário Vale do Salgado (UniVS)
  • Lara Rodrigues Lima Centro Universitário Vale do Salgado (UniVS)
  • Rhillary Alves Mota Centro Universitário Vale do Salgado (UniVS)
  • Francisca Juliana Granjeiro Martins Centro Universitário Vale do Salgado (UniVS)

Resumen

INTRODUÇÃO: No contexto brasileiro, diversas razões levam a figura feminina a vivenciar para a criminalidade atualmente, dentre eles o tráfico de drogas, em sua grande maioria por influência de seus parceiros, violência intrafamiliar e necessidades financeiras, refletindo no aumento dos índices de mulheres em cárcere crescentes nos últimos anos. Para a saúde pública, a mulher em privação de liberdade representa uma problemática complexa, visto as especificidades que competem ao cuidado integral à saúde, desde cuidados de higiene durante períodos menstruais, rastreio de neoplasias de mama e colo do útero, abusos sexuais, métodos contraceptivos, até gestação, parto e puerpério em cárcere. OBJETIVO: Relatar as experiências de acadêmicos do curso de graduação bacharel em enfermagem pelo Centro Universitário Vale do Salgado oriundas de uma visita técnica à penitenciária pública feminina da cidade de Cajazeiras-PB. METODOLOGIA: O presente estudo consiste em um relato de experiência vivenciada por acadêmicos do curso bacharel em enfermagem pelo Centro Universitário Vale do Salgado, em uma visita técnica à penitenciária pública feminina da cidade de Cajazeiras no estado da Paraíba realizada por acadêmicos do curso de graduação bacharel em enfermagem pelo Centro Universitário Vale do Salgado, que ocorreu no semestre letivo 2023.2 em atividade de extensão da disciplina de saúde da mulher e do neonato. O público alvo eram as mulheres privadas de liberdade que se encontravam detidas no período da visita, sendo cerca de 30 mulheres em sua totalidade, com faixa etária média de 30 a 40 anos. Na ocasião foi realizado educação em saúde, na modalidade roda de conversa, acerca da temática de prevenção aos cânceres de mama e colo do útero. RESULTADOS E DISCUSSÕES:  Observou-se que antes e durante a educação em saúde realizada pelos acadêmicos de enfermagem, as mulheres apresentavam muitas dúvidas, resistências e constrangimento ao adentrar no assunto de cuidado com o próprio corpo. Embora houvesse os desafios da resistência por parte das mulheres, ao longo da discussão do assunto, as mulheres mostraram interesse e curiosidade, sobretudo acerca de sinais e sintomas que indicam anormalidades, pois algumas em algum momento já apresentaram alguma característica citada pelos acadêmicos, assim se construindo debate e uma rica troca de conhecimento. Para pequena parcela das mulheres, a informação já havia sido dialogada em outras situações, antes do cárcere, mas para a grande maioria delas, a informação não havia chegado em nenhum momento de suas vidas. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Assim, para elucidar as considerações finais deste estudo, resgata-se a pergunta norteadora: qual a percepção inicial das mulheres acerca do próprio corpo e os cuidados necessários consigo mesma? Conclui-se que para maioria das mulheres, o assunto levado para a roda de conversa era totalmente novo, ou seja, o conhecimento, por parte das mulheres em privação de liberdade, acerca da temática era mínimo. A ocasião proporcionou uma rica troca de conhecimentos tanto para as mulheres que ao final da atividade relataram e expressaram sentimentos de satisfação por compreenderem a importância do autocuidado e maneiras de realizar o cuidado com o próprio corpo, quanto para os acadêmicos que puderam compreender a vulnerabilidade em saúde no contexto da privação de liberdade, sobretudo quando há a escassez de informações acerca dos mais simples atos de autocuidado e de insumos de higiene pessoal para que haja de fato a saúde.

Publicado

2024-06-17