A sobrecarga dos cuidadores de crianças com Transtorno do Espectro Autista

Autores/as

  • Maria Janaína Santiago Oliveira UniVS
  • Juliana do Nascimento Souza Lucena UniVS
  • Sandra Mary Duarte

Resumen

O Transtorno do Espectro do Autista (TEA), afeta o desenvolvimento neurológico por uma gama de características variáveis, no entanto, a palavra espectro remete justamente a uma infinita possibilidade e características de cada indivíduo, apresentarem comportamentos singulares em menor ou maior suporte de forma conjunta ou isolada dos demais. As crianças diagnosticadas com TEA, podem necessitar de uma atenção maior por parte dos seus cuidadores, comparadas a crianças típicas, por conta do nível de suporte de cada criança. O ato de cuidar impacta diretamente na vida do cuidador, pois ele pode se sentir sobrecarregado com o ato de cuidar, onde a estrutura familiar pode ser alterada e a rotina passará a ser focada nas necessidades da criança, podendo desencadear nesse cuidador, medo do futuro, devido as sobrecargas das atividades e tarefas, dificuldades financeiras e a chegada desse diagnóstico podendo gerar assim, tensão emocional e estresse. Tal realidade nos convida para uma postura empática, onde se faz necessário a construção de uma rede de apoio em torno desses cuidadores e dos seus sofrimentos, seja a partir do contato com outros familiares, amigos, grupoterapia ou mesmo de profissionais da saúde, pois muitas vezes alguns cuidadores abrem mãos de suas vidas profissional e dedicam a seus filhos frente ao diagnóstico do TEA. Objetivo: Identificar as sobrecargas de cuidadores informais de crianças do Transtorno do Espectro Autista. Metodologia: O desenvolvimento deste trabalho consiste em uma pesquisa bibliográfica e qualitativa, através de artigos, que enfocam a temática na sobrecarga de cuidadores de Transtorno do Espectro Autista, consultados na base da SciELO e Pepsic. Resultados: Os resultados dos estudos realizados, apontam que a sobrecarga dos cuidadores de crianças com transtorno do Espectro Autista pode ocasionar intenso estresse em seus cuidadores, especialmente nas mães, podendo ter como uma das consequências, o desenvolvimento de um quadro depressivo materno, o que pode afetar negativamente, tanto a mãe quanto a criança. As fragilidades e potencialidades geralmente apresentadas pelos cuidadores, referem-se ao fato de ser na maioria das vezes o único cuidador da criança, não saber lidar com os comportamentos inadequados ou disruptivos apresentados pela criança, a preocupação como será a vida dessa criança adulta ou como ela viverá na ausência do cuidador. O tempo dedicado aos cuidados da criança com TEA, podem estar relacionados às sobrecargas e adoecimento dos cuidadores, fazendo-se necessário uma rede de apoio para dividir as demandas que uma criança com TEA precisa. O entendimento do transtorno, a mobilização familiar, a readequação de hábitos e rotina e o desenvolvimento de estratégias de enfrentamento são fundamental para o bom encaminhamento terapêutico e envolvimento da família no processo. Considerações finais: Frente às reflexões, destaca-se o papel crucial de uma equipe multidisciplinar para intervir nos cuidados que as famílias de crianças com Transtorno do Espectro Autista necessitam, visto que cada família é única, necessitando de empatia para o reconhecimento e validação da sobrecarga desses cuidadores, visto que essa modalidade de cuidado, pode afetar a saúde mental e o bem-estar dos envolvidos nesse processo. Faz-se necessário que sejam criados espaços de diálogo e trocas de informação e aprendizagem, com estratégias de manejo que poderão ajudar os cuidadores a se sentirem mais preparados e menos sobrecarregados.

Publicado

2024-05-03