Jovens Adultos no Brasil: uma reflexão sobre dados epidemiológicos e estatísticos

Autores/as

  • Isabela Bezerra Ribeiro
  • Lucas de Queirós Cavalcante Centro Universitário Vale do Salgado
  • Antônio Weyma Alves Rodrigues Centro Universitário Vale do Salgado
  • Vitória Juvenço Andrade Centro Universitário Vale do Salgado
  • Viviam Hellen Campos Virgínio Centro Universitário Vale do Salgado
  • Jodelly Ferreira Gonçalves Centro Universitário Vale do Salgado
  • Luana Félix Araújo Centro Universitário Vale do Salgado
  • Thayane Vieira Bezerra Centro Universitário Vale do Salgado

Resumen

As teorias do desenvolvimento destacam atualmente a juventude como etapa desenvolvimental. Sendo compreendida como período estabelecido entre a adolescência e a vida adulta. Marcada por aspectos que permeiam a conquista da identidade e as relações sociais e afetivas, marca do período da adolescência, como também elementos socialmente definidos como pertencentes a vida adulta, como o trabalho, a especialização educacional, a estabilidade e a parentalidade. Autores podem defini-la como juventude, adultez emergente, adolescência prolongada ou tardia e jovens adultos. Observando estas questões, algumas teorias, como a da adultez emergente, vem discutir uma nova vivência de vida adulta jovem que resulta em novas formas de ser adulto em nossa sociedade. Desta forma é interessante refletir sobre quais circunstâncias o desenvolvimento dos jovens adultos no Brasil é afetado. Considerando também que os aspectos históricos e culturais são importantes para o estudo sobre o desenvolvimento e envelhecimento no ciclo de vida.  Objetivou-se discutir o desenvolvimento na juventude e/ou vida adulta jovem de brasileiros a partir de dados epidemiológicos e estatísticos. Observando os marcadores sociais e de gênero influentes na forma como vivenciamos o ciclo de vida. Para isto foi realizada uma pesquisa qualitativa e exploratória, que utilizou base de dados como o IBGE, Ministério da Saúde e Atlas da Violência, para o levantamento de informações sobre saúde e adoecimento, expectativa de vida, trabalho e renda, e violência, numa amostra de adultos no Brasil. O levantamento teve um recorte temporal de 2018 a 2021. Foi observado que em 2018 a expectativa de vida dos brasileiros havia apresentado dados crescentes de 79,9 anos para homens e 80,1 anos para mulheres, porém, com a pandemia já se fala em um decréscimo, para homens à perspectiva reduziu a vida em 1,57 ano, já as mulheres perderam em média 0,9 ano em 2021. É interessante observar que no aspecto envelhecer e com saúde, as mulheres têm mais pressão social para o autocuidado, participam de mais campanhas preventivas e vão mais em clínicas médicas. No mesmo período de 2021 foi observado o aumento de sintomas de depressão e ansiedade com incidência maior sobre mulheres, que podem ser entendidos em uma situação mais global de saúde, envolvendo aspectos sociais e culturais. Sobre trabalho, renda e moradia notou-se desigualdades entre brancos pretos e pardos, com base no IBGE em 2019 a taxa de desocupação de jovens brancos foi de 9,3%, e 13,6% para pretos ou pardos, fator que foi agravado com a pandemia a situação de desemprego gerado pela crise que assolou o país. Quanto aos tipos violência, dados revelam que marcadores de gênero são importantes para discussão, atualmente o Atlas da violência 2021 aponta 3.367 casos de violência física contra trans e travestis. Com o país no primeiro lugar em relação a homicídios de LGBTQIA+. Sobre as mulheres, 50.056 mulheres foram assassinadas de 2009 a 2019, das quais 67% em 2019 eram negras. É necessário refletir sobre dados nacionais da juventude, uma vez que a literatura de base da graduação apresenta muitos dados dos Estados Unidos e de origem do norte global. Desta forma podemos compreender de que forma a saúde e saúde mental dos jovens brasileiros é afetada diante das condições socioeconômicas e culturais que refletem nossa organização social.

Publicado

2024-04-19