Tricyclic Antidepressants:
Crossovers Of The Use Of TCAs In The Mental Health Context
Abstract
Introdução: A depressão é vista como uma interação complexa entre fatores biológicos, como disfunções neuroquímicas, e fatores psicossociais, como estresse, eventos traumáticos e problemas de relacionamento. Além disso, fatores sociais, como desigualdade, discriminação e exclusão social, podem contribuir para a depressão (Organização Mundial De Saúde, 2017). Os antidepressivos tricíclicos (ADTs) são um dos tratamentos farmacológicos mais antigos e eficazes para a depressão (Sagiorato, 2016). Eles agem inibindo a recaptação de serotonina e norepinefrina aumentando seus níveis no cérebro. No entanto, como qualquer medicamento, eles podem ter efeitos colaterais significativos que afetam a tolerabilidade e o cumprimento do tratamento. Os antidepressivos tricíclicos ainda são uma opção de tratamento importante na prática clínica. O uso de ADTs pode levar a efeitos colaterais indesejáveis, como observado em um estudo publicado de Mendes (2005), que relatou, por exemplo, que os efeitos colaterais anticolinérgicos dos ADTs podem ser problemáticos para alguns pacientes, por causar hipotensão ortostática e aumentar o risco de quedas e fraturas por consequência. Além de que, além de seus efeitos colaterais afetarem o funcionamento do Sistema Nervoso Central e interagir com outros medicamentos, antes sua superdosagem era consideradamente letal (Moreno; Moreno; Soares, 1999). Nesse sentido, os antidepressivos tricíclicos podem ser uma opção de tratamento eficaz para a depressão, mas seus efeitos colaterais devem ser considerados cuidadosamente antes de prescrever esse tipo de medicamento. É essencial que os pacientes e profissionais de saúde estejam cientes desses efeitos colaterais para minimizar possíveis riscos e otimizar os resultados do tratamento (Barros, 2022). A falta de reavaliação na renovação da prescrição de um medicamento psiquiátrico, como os ADTs, pode levar a problemas de saúde para o paciente, como o uso excessivo e desnecessário de medicamentos, além de aumentar o risco de efeitos colaterais e interações medicamentosas. É importante que os profissionais de saúde realizem a reavaliação clínica regular para garantir o uso adequado e seguro desses medicamentos. Objetivo: Discutir acerca dos atravessamentos do uso de antidepressivos tricíclicos no contexto de saúde mental. Metodologia: Este estudo é uma revisão bibliográfica narrativa que analisa a literatura publicada em livros e artigos de periódicos científicos. A pesquisa bibliográfica foi realizada com estudo exploratório, analisando artigos científicos sobre o tema, coletados de forma não sistemática entre março e abril de 2023. Foi utilizado a base de dados da Scientific Eletronic Library Online (SCIELO) e auxílio de estudos buscados na plataforma de busca livre do Google Acadêmico. A revisão incluiu critérios de inclusão e exclusão para selecionar estudos relevantes e de alta qualidade metodológica, a saber: estudos que abordassem a problemática de pesquisa deste estudo, tivesse sido publicados a partir de 2020, priorizando informações atualizadas; incluindo dados e usos dos ADT’s. Os materiais foram lidos na íntegra e analisados criticamente. Esta metodologia é adequada para a educação continuada e proporciona aos leitores uma visão ampla e atualizada da temática estudada. Resultados e discussão: Os transtornos depressivos são recorrentes na contemporaneidade, e estes se relacionam com os estigmas sofridos pelas pessoas que possuem algum desses transtornos (Zanonato; Costa; Aosani, 2021). Como umas das opções para tratamento, os antidepressivos tricíclicos são uma classe de medicamentos utilizados para tratar transtornos depressivos, ansiosos e dores crônicas. No entanto, o uso desses medicamentos pode apresentar alguns riscos e desafios, exigindo cuidados e atenção por parte dos profissionais de saúde. Uma das principais preocupações com o uso de antidepressivos tricíclicos é o potencial de efeitos colaterais. Esses medicamentos podem causar sonolência, boca seca, constipação, tontura, aumento de peso, entre outros sintomas (Parússulo et al., 2021). Além disso, o uso prolongado de antidepressivos tricíclicos pode levar a problemas de saúde, como alterações cardíacas, hipertensão, ganho de peso e risco aumentado de quedas em idosos (Silva Junior et al., 2022). Outra preocupação é a possibilidade de interações medicamentosas, pois os antidepressivos tricíclicos podem interagir com outros medicamentos, incluindo anticoagulantes, antiarrítmicos, medicamentos para pressão arterial e outros antidepressivos (D’avila; Santos, 2020). Essas interações podem levar a efeitos colaterais graves ou até mesmo risco de morte, pois alguns antidepressivos tricíclicos podem contribuir para o surgimento de ideação suicida (Ramelo et al., 2021). Além disso, se sabe que o público alvo dos ADTs, geralmente pessoas com um ou mais sintomas ou diagnosticados com transtorno depressivo, ainda vivenciam situações de estigma e preconceito na sociedade, e mesmo ainda no âmbito acadêmico, local de disseminação dos saberes e conhecimentos (Soeiro et al., 2022). A depressão apresenta relação com outras patologias, como demência ou Alzheimer, por exemplo, e isso faz com que o número de fármacos utilizados por um usuário seja maior, aumentando o risco de interação medicamentosa e os processos envolvidos neste fenômeno, que pode acarretar em maiores efeitos colaterais ou redução da eficácia de algum medicamento, podendo impactar no tratamento e piorar a saúde do usuário (Barros, 2022). Considerações finais: Como observado, a depressão ainda carrega o estigma e preconceito na sociedade, e a falta de conhecimento acerca do assunto abarca a compreensão dos modos de tratamento, levando a comportamentos de risco com relação ao tratamento medicamentoso, que se torna perigoso principalmente quando o usuário é acometido por outros tipos de doenças e faz uso de outros medicamentos. Os ADTs têm diversos efeitos colaterais e risco de interação medicamentosa com outros fármacos, e seu uso pode levar a complicações no tratamento e reações letais aos pacientes. Por esses motivos, é importante que o uso de antidepressivos tricíclicos seja cuidadosamente avaliado e monitorado por um profissional de saúde. O tratamento deve ser individualizado e adaptado às necessidades específicas de cada paciente. É fundamental que os pacientes sejam informados sobre os potenciais riscos e efeitos colaterais dos medicamentos e incentivados a relatar quaisquer sintomas ou mudanças na saúde durante o tratamento. Também é importante reforçar as discussões acerca da depressão, para melhor aceitação e acolhimento por parte da sociedade em geral e de quem é acometido por tal transtorno.
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