VIVÊNCIA E PRÁTICA DOS MOVIMENTOS SOCIAIS NO SÉCULO XXI A PARTIR DAS HERANÇAS TRANSMITIDAS PELA CONTRACULTURA NORTE AMERICANA DOS ANOS 60
Palavras-chave:
Movimentos Sociais, Mídia, Revolução, Consciência.Resumo
Este artigo tem como objetivo entender os fenômenos que foram acarretados na década de 1960 pelo alvorecer dos movimentos sociais que ressaltam a rebeldia da época até a contemporaneidade. Com embasamento na análise fenomenológica, busca-se não uma interpretação individualista, mas uma representação pela consideração da experiência intencional no encontro das subjetividades envolvidas com o mundo, assim trazendo uma visão concentrada nas estratégias desenvolvidas para amenizar as revoltas, na concepção dos movimentos sociais. Por analogia, a conclusão deste estudo demonstra que, mesmo existindo um sentimento de resignação às demandas solicitadas pelos movimentos sociais em relação à ação e ao discurso público, é possível o encontro de subjetividades constituídas nas experiências individuais e coletivas encontradas em uma história humana transitória e modificada pelas ações dos indivíduos. Ao assumir o Estado como um constructo criado em fim de impor uma espécie de solução fixa para os problemas relacionados aos movimentos sociais, a tomada de consciência far-se-á como uma prática fundamentadora de possibilidades que, por sua vez, podem desenvolver um processo de crítica e efetivação dos sujeitos como mais do que sujeitos.Referências
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