O brincar como intervenção no transtorno do espectro do autismo na escola
Resumo
O brincar é a principal forma utilizada pela criança para comunicar-se, expressar-se, relacionar-se e aprender. Contribui de maneira singular para o atendimento a crianças com diagnóstico de Transtorno do Espectro do Autismo (TEA), trazendo formas espontâneas de intervenção nas demandas, déficit e dificuldades apresentadas por elas. O brincar em suas propostas lúdicas vem contemplar o grande número de manifestações do espectro, buscando atender cada criança, em suas particularidades, através do jogo coletivo e individual. Nesta linha de pensamento, se faz necessário que haja a necessidade precoce de estimulação destes alunos nas áreas da linguagem e interação social, além de ajustes comportamentais e sensoriais. Portanto, existe a prioridade de uma intervenção no referido nível de ensino, na tentativa de minimizar os impactos negativos do espectro do autismo, visando preservar ao máximo as perspectivas positivas por toda a vida destas crianças. Relacionando a linguagem ao brincar, a partir de algumas observações, podemos afirmar que a brincadeira se caracteriza como uma fonte de comunicação, pois até mesmo a criança que brinca sozinha, utilizando seu potencial imaginativo, conversa com alguém ou com seus próprios brinquedos. Isso se refletirá diretamente no desenvolvimento da linguagem e, consequentemente, na ampliação do vocabulário, bem como no exercício da pronúncia das palavras e frases. A brincadeira contribui, ainda, para o relacionamento social, destacando valores como a responsabilidade e o aprendizado da importância da negociação, conquista, existência e respeito às regras e da resolução de conflitos. O objetivo do trabalho é proporcionar reflexões acerca do brincar como intervenção lúdica no contexto escolar em crianças com diagnóstico de Transtorno do Espectro do Autismo (TEA). A metodologia utilizada para este estudo foi fundamentada em uma pesquisa bibliográfica, utilizando-se os descritores: brincar, e transtorno do espectro do autismo. Foram apresentados conteúdos e conceitos importantes em relação a esses temas, correlacionados a fim de obtermos as respostas necessárias para a reflexão sugerida. Elencaram-se artigos, livros e textos publicados em plataformas virtuais. Uma das formas que podemos trabalhar comportamentos rígidos através do brincar é oferecendo à criança a possibilidade de ela brincar com brinquedos estruturados e/ou não estruturados de forma criativa, acessando e ampliando seus recursos imaginativos, como podemos observar nos jogos simbólicos. Como discutido e exposto anteriormente, as crianças com TEA apresentam baixo potencial imaginativo e é nesse sentido que devemos oportunizar espaços onde o simbólico pode acontecer. Concluímos, assim, que “todas as maneiras de brincar podem ser transformadas na forma e conteúdo no sentido de atender às necessidades dos sujeitos que brincam”. Considerando o estudo pôde apresentar como o brincar atende as necessidades terapêuticas das
crianças com TEA a partir de suas principais demandas comportamentais, mais especificamente apresentadas por critérios diagnósticos, configurando-se como intervenção chave dentro dos investimentos realizados junto a essas crianças. Reiteramos a importância da relação existente entre o brincar e o Transtorno do Espectro do Autismo ressaltando a necessidade de estudos com esse objetivo, a fim de investigar mais profundamente esta relação, possibilitando um maior conhecimento sobre essa atividade essencial para o desenvolvimento e seus impactos em vários aspectos das vidas dessas crianças.
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