A influência das redes sociais para o desenvolvimento de transtornos alimentares em adolescentes

Autores

  • Andreza de Oliveira Lima Duarte Centro Universitário Vale do Salgado (UniVS)
  • Markysia Ruth Gomes Lisboa Centro Universitário Vale do Salgado (UniVS)
  • Lielton Maia Silva Centro Universitário Vale do Salgado (UniVS)

Resumo

INTRODUÇÃO: A adolescência é um período recheado de mudanças que acontecem de forma rápida e intensa, sendo que uma dessas é a mudança física que promove o crescimento dos órgãos genitais, dos seios, dos pelos na face, nas axilas, mudança na voz, e além disso, acontece também a maturidade reprodutiva. Logo, devido a tantas mudanças que ocorrem é provável que gerem inseguranças, provocando uma comparação com outrem e questionamentos de sua própria identidade (Lima et al, 2018). Então, ao experienciar essas transformações, há também um acréscimo no quesito preocupação, principalmente nas meninas, pois passam a ter uma atenção excessiva com a estética do seu corpo, desejando um corpo magro (Lira et al, 2017). Além das transições que ocorrem na adolescência, existe também o mundo social que impõe padrões de beleza, provocando pressão na sociedade, e principalmente nos adolescentes (Gonçalves et al, 2014 apud Copetti et al, 2018). Portanto, segundo Copetti et al (2018) o fato de constantemente haver divulgações nas mídias sobre um corpo idealizado e perfeito pode haver impactos negativos na vida dos adolescentes, provocando uma insatisfação corporal nesse grupo de pessoas, o que pode ocasionar no desenvolvimento de transtornos alimentares. Onde, segundo a classe médica, são distúrbios psiquiátricos que apresentam modificações na alimentação devido a pensamentos distorcidos em relação aos alimentos, assim como ao peso do seu corpo, provocando então, efeitos negativos à saúde (Bittencourt, 2013). OBJETIVO: O presente trabalho tem como objetivo apresentar de forma clara e sucinta sobre a relação entre a exposição as redes sociais e o os impactos ocasionados no desenvolvimento de insatisfação corporal e transtornos alimentares nos adolescentes. METODOLOGIA: O presente trabalho foi realizado por meio de uma pesquisa bibliográfica, sendo utilizado a modalidade de pesquisa qualitativa por meio das plataformas Scielo e google acadêmico, com o objetivo de obter conhecimentos sobre a temática, para então realizar uma análise crítica sobre os resultados encontrados. RESULTADOS E DISCUSSÕES: A adolescência pode ser definida por um período entre 10 e 19 anos e é marcada por diversas mudanças físicas e psicológicas nos indivíduos (Silva, Daniel, 2020). Também é um período do desenvolvimento humano usado socialmente para definir o estágio de vida que se compreende entre a infância e a fase adulta. Nesse período, há uma série de mudanças fisiológicas, bioquímicas, acúmulo de gordura e alterações hormonais principalmente nas meninas (Lima et al, 2012 apud Copetti, Queiroga, 2018). Para além disso, transtornos alimentares são uma condição psiquiátrica onde há alterações críticas no comportamento alimentar que comprometem a saúde física e psicossocial dos sujeitos que são acometidos pelos tais. No Brasil, a Pesquisa Nacional de Saúde Escolar (PeNSE) evidenciou que 38% dos adolescentes não se enxergam como tendo uma imagem corporal normal, sendo assim, são insatisfeitos com seu próprio corpo (Silva, Daniel, 2020). Levando em consideração a valorização do padrão corporal expressos nas mídias, observou-se que adolescentes que são mais expostos às redes sociais evidenciam maiores riscos de insatisfação corporal (Lira et al. apud Silva e Daniel 2020). Ao ser feita também uma análise da frequência com que as redes sociais são usufruídas, uma pesquisa realizada por Pontes e Patrícia (2014) demonstrou que o uso médio semanal da internet por adolescentes foi de 28h semanais, onde 64,6% da amostra deste estudo dizem usufruir de redes sociais como sua atividade favorita e mais da metade relatou se sentir dependente da internet (Copetti, Queiroga, 2018). A sociedade tem se tornado discriminatória com indivíduos que não seguem os padrões de beleza vigentes, exercendo uma pressão à população. A magreza é vista como um status de ascendência social, sendo também um alvo de atratividade sexual. Esses fatos afetam especialmente adolescentes pois estão passando por um período de de formulação de sua imagem corporal (Gonçalves & Martínez, 2014 apud Copetti e Quiroga, 2018). Tanto em culturas ocidentais quanto orientais há uma confirmação da existência de uma relação entre o uso da mídia e os transtornos alimentares. Sendo que o fator corpos magros possui um impacto cultural que reverbera o aumento destes transtornos (Uzunian & Vitalle, 2015 apud Copetti, Queiroga, 2018). Existe uma validação social relacionada ao emagrecimento diante da regra criada que o mesmo tem relação direta com bem-estar físico, emocional e social.  Essa validação transforma a magreza em um padrão estético a ser seguido, o que culmina em um fator agravante para o desenvolvimento de TAs (Vale & Elias, 2011, apud Copetti, Quiroga, 2018). Sendo assim, adolescentes são influenciados por tendências culturais e sociais de buscar um ideal de corpo, tendo como consequências propensão a uma introdução alimentar inadequada e futuramente desenvolvimento de TAs (Ludewig et al, 2017 apud Copetti, Quiroga, 2018). Foi visto também, que na internet há comunidades de adolescentes que se unem com o fim de reforçar comportamentos alimentares desregulados e prejudiciais à saúde que culminam em anorexia e bulimia, essas páginas on-line são chamadas de “Pró-Ana” (prol anorexia) e “Pró-Mia” (prol bulimia), tais ações são movidas pelo desejo do corpo ideal magro (Copetti, Quiroga, 2018). CONCLUSÕES: Conclui-se que a adolescência é um período do desenvolvimento humano entre a infância e a fase adulta marcado por mudanças físicas e sociais, onde adolescentes estão integrando sua imagem corporal.  Além disso, foi visto que adolescentes são demasiadamente expostos às redes sociais onde há uma valorização do padrão de corpo perfeito sendo esse relacionado a magreza. Por isso, há uma propensão para que os mesmos, devido a essa pressão exercida socialmente, construam uma distorção de imagem corporal o que pode culminar no desenvolvimento ou reforço de padrões comportamentais que levem aos TAs.

Palavras-chave: Mídias; Influência; Adolescentes; Transtornos alimentares.

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Publicado

2024-06-17