Implicações de um diagnostico tardio do Transtorno do Espectro Autista em crianças

Autores

  • Ester das Graças Nunes Cândido Centro Universitário Vale do Salgado
  • Juliana do Nascimento Souza Lucena Centro Universitário Vale do Salgado
  • Maria Janaína Santiago Oliveira Centro Universitário Vale do Salgado
  • Maria Erilucia Cruz Macedo Centro Universitário Vale do Salgado

Resumo

Introdução: O Brasil ainda não tem uma quantidade exata de pessoas diagnosticadas com
Transtorno do Espectro Autista (TEA), um estudo realizado nos Estados Unidos estima-se
que um em cada 33 crianças é autista. O autismo é um transtorno do neurodesenvolvimento
caracterizado por dificuldades de interação social, comunicação e comportamentos repetitivos
e restritos. O autista é classificado em três nível de suporte, leve, moderado e severo. Quanto
mais cedo o autismo for identificado, maiores serão os ganhos, devido a neuroplasticidade,
que controla as funções cognitivas, tais como atenção, memória, linguagem e percepção. O
diagnóstico tardio, pode trazer inúmeros prejuízos para a criança, tais como atrasos no
desenvolvimento, dificuldades de aprendizagem, comportamentos disruptivos, dificuldades
nas relações sociais, e ainda, em alguns casos, um quadro depressivo por não compreender
seus próprios comportamentos. Vale ressaltar que o diagnóstico tardio pode impactar
diretamente na saúde mental dos cuidadores, pois eles podem se sentir perdidos ou culpados
por não terem identificado os sinais mais cedo, aumentando assim, o nível de estresse e
ansiedade entre eles. É fundamental a família conhecer os marcos do desenvolvimento da
criança e procurar um profissional para uma avaliação caso haja suspeita de atrasos, visto que
a família é o primeiro apoio para essa criança e a intervenção precoce é uma janela de
oportunidade e contribui significativamente com o desenvolvimento global infantil. A terapia
em cada estágio de desenvolvimento do TEA auxilia as crianças a adquirir as habilidades de
que precisam para sua vida, sejam elas sociais, motoras ou cognitivas. Objetivos: Este estudo
tem como propósito analisar as consequências do diagnóstico tardio do Transtorno do
Espectro Autista (TEA) em crianças. Metodologia: Realizamos uma revisão sistemática,
exploratória da literatura, de natureza qualitativa, abrangendo artigos científicos e materiais
acadêmicos, da SciELO e Pepsic, visando identificar informações relevantes relacionadas ao diagnóstico tardio do TEA e suas implicações e as melhores práticas terapêuticas.
Resultados: Percebe-se que o diagnóstico precoce do autismo, permite que a criança tenha
menos prejuízos em seu desenvolvimento, onde um diagnóstico tardio pode prejudicar a
ampliação de habilidades cognitivas, motoras e comportamentais causando implicações
significativas que transcendem o âmbito individual, refletindo nas áreas social, educacional e
emocional. Entende-se que a intervenção precoce, possibilita ganhos significativos no
desenvolvimento, pois leva em consideração necessidades singulares da criança, onde a
equipe multidisciplinar, a família e a escola, poderão estimular a criança afim de evitar
atrasos, levando em consideração a neuroplasticidade do cérebro infantil. Além disso,
estratégias de conscientização para os cuidadores e capacitação profissional são peças
fundamentais para melhorar a identificação precoce do Transtorno do Espectro Autista e
garantir suporte adequado. Considerações finais: Averiguou-se, diante do estudo realizado,
que o diagnóstico precoce e o manejo terapêutico contribuem para o encaminhamento a
equipes e tratamentos adequados, que promovam o desenvolvimento de habilidades como a
independência, autonomia e a qualidade de vida da criança. A intervenção precoce pode
melhorar o desenvolvimento geral, visto que no período da plasticidade neural, a criança
encontra-se mais receptiva para intervenções que aprimorem as suas limitações, além de
ajudar a criança a aprender habilidades essenciais que podem levar a uma maior
independência nas atividades de vida diária.

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Publicado

2024-04-26