O excesso de telas na infância: qual é o real impacto para o desenvolvimento infantil?

Autores

  • Maria Fernanda lima do Nascimento Centro Universitário Vale do Salgado
  • Rebeca de Freitas Peixoto Centro Universitário Vale do Salgado
  • Yasmim Gonçalves Dimas Centro Universitário Vale do Salgado
  • Antônio Martins Vieira e Silva Junior Centro Universitário Vale do Salgado

Resumo

Introdução: O uso de telas como instrumentos de entretenimento e comunicação teve início
com o advento da invenção e popularização da televisão, sendo que por durante grande parte
do século XX e início do XXI seu uso era predominantemente em aparelhos televisores,
entretanto, com o avanço da tecnologia e a introdução, evolução e popularização em massa de
dispositivos eletrônicos, principalmente de uso móvel ou portáteis, como smartphones,
tablets, notebook e entre outros, o predomínio de consumo de conteúdo por meio de telas
mudou. Consequentemente o uso de telas não está mais reduzido a um único meio,
aumentando assim o seu uso em excesso não só em adultos, mas também em todas faixas
etárias, sendo ofertada logo na primeira infância. Conforme o Estatuto da Criança e do
Adolescente (ECA), considera-se criança a pessoa até doze anos de idade incompletos, sendo
a primeira infância até os seis anos de idade, período crucial para o desenvolvimento cerebral,
onde a aprendizagem de habilidades e o desenvolvimento de competências ocorre com maior
facilidade, sendo muito sensível aos cuidados e estímulos ambientais. De acordo com a
Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), deve-se observar que o uso de dispositivos
eletrônicos por parte de crianças nessa faixa etária está cada vez mais comum e o uso de telas
de forma massiva por esse público pode levar à problemas, como dificuldades de
socialização, problemas cognitivos e, mesmo, aumentar o risco de casos de assédio, além
disso, é desaconselhado por muitas vezes ser usado como forma de substituição da fonte
natural dos estímulos, cuidado e apego vindos dos pais/família. Podem ser destacados
benefícios e malefícios dessa era digital, sabendo que esses dispositivos trazem facilidade e
conforto, eles poderiam ser usados para a educação e boa comunicação, entretanto os
malefícios podem ser destacados não pelo uso desses dispositivos, mas pelo uso exagerado,
tornando as crianças cada vez mais dependentes de tais dispositivos. Objetivo: Compreender como o uso de telas pode afetar crianças no estágio infância, destacando benefícios e
malefícios para o desenvolvimento infantil. Metodologia: O presente estudo parte de uma
revisão de literatura narrativa qualitativa exploratória. Como base de pesquisas do estudo
foram utilizados artigos científicos selecionados de forma não probabilística por conveniência
de acordo com a disponibilidade para os autores e compatibilidade com o tema. A base de
pesquisa utilizada foi o Google acadêmico. A escolha da metodologia busca reconhecer o uso
das telas e as influências no desenvolvimento infantil, bem como identificar possibilidades
possam vir a surgir em futuras pesquisas. Resultados e discussão: A criança potencializa as
habilidades físicas, cognitivas, emocionais e sociais a partir da interação com o ambiente e os
cuidadores. O uso excessivo de telas pode gerar efeitos significativos no desenvolvimento
infantil, aumentando a probabilidade de obesidade e sedentarismo, vícios posturais e dores
musculares, problemas oculares e auditivos, e prejuízo na qualidade do sono, afetando o
crescimento e o humor. Ademais, pesquisas apontam que tal superexposição pode causar
atrasos cognitivos, déficit de atenção, distúrbios de aprendizados, aumento da impulsividade e
diminuição da habilidade de autorregulação de emoções. Além disto a criança tende a passar
por um déficit em relação ao brincar e interagir com outras crianças, especialistas afirmam
que a brincadeira que permite que a criança viva a realidade momentânea e a signifique
através do pensamento, sendo, dessa forma o ato de brincar além de uma imitação da
realidade, uma adaptação das experiências transformando as fantasias em desenvolvimento
cognitivo. A falta de interação com o mundo real e com outras crianças podem vir a provocar
um atraso linguístico, o desenvolvimento da fala e linguagem é influenciado pelo
desenvolvimento cognitivo e social durante a infância. As crianças que ficam expostas por
longas horas a telas tendem a ter atraso no desenvolvimento geral, além que as comunicações
costumam acontecer por mensagens de textos e voz, limitando ainda mais a comunicação
facial. Não é possível desconsiderar o uso da internet como uma aliciação sexual na infância
principalmente pelo fato da criança ou adolescente ser uma vítima vulnerável em relação as
demais. Considerações finais: A partir do estudo é possível considerar que os prejuízos
provocados pelo excesso de telas na infância são diversos e podem ser encontrados em
múltiplos aspectos de déficits no desenvolvimento físico, cognitivo e social. Diante disso, é
imprescindível que os pais busquem compreender os impactos causados pelo uso progressivo
de telas, e os efeitos adversos à saúde das crianças, além atentarem-se na educação,
preservando o desenvolvimento cognitivo, fazendo uso de estímulos adequados,
reconhecendo o ato de cuidar como além de um repasse de informações e conhecimentos, mas
algo que deve ser feito com afeto e amor, estimulando o desenvolvimento também dos
aspectos afetivos e da subjetividade.

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Publicado

2024-04-26