Laminite Equina: Revisão de Literatura

Autores

  • Mila Cristina Garcia de Mendonça Centro Universitário Vale do Salgado
  • Breno Alves de Oliveira Centro Universitário Vale do Salgado
  • Gabrielly Pacífico Cruz Centro Universitário Vale do Salgado
  • Karen Rhavena Andrade de Holanda Centro Universitário Vale do Salgado
  • Tharvino Bezerra Cândido Centro Universitário Vale do Salgado
  • Lucas Santiago Gomes Brasileiro Centro Universitário Vale do Salgado

Resumo

A laminite é uma inflamação das lâminas dos cascos, ou seja, é uma afecção vascular
periférica, onde causam dor e desconforto ao animal, uma patologia de grande importância na
clínica médica de equinos. Essa patologia não tem predisposição por raça e/ou idade,
atingindo de forma expressiva o agronegócio do cavalo, pois os equinos estão ligados
diretamente a diferentes modalidades de esportes equestres, como vaquejada, turfe, três
tambores, hipismo, dentre outras, além de gerar milhares de empregos e renda ao país. Tal
enfermidade é umas das principais e mais graves doenças dos cascos, causando claudicação
em diversos graus nesses animais. Dentre os principais sintomas da laminite estão
claudicação, temperatura elevada nos cascos, pulso forte nos membros, relutância em andar,
alteração na sua postura, tremores, aumento da frequência cardíaca e respiratória, ansiedade,
mucosas congestas e nas situações mais agravadas podem ocorrer deformidade do casco
causando comprometimento na vida atlética do animal. O objetivo desse trabalho é realizar
uma revisão bibliográfica da laminite equina, e seus principais pontos de significância como
sinais clínicos, diagnóstico precoce, tratamento eficaz e prognóstico da doença. A
metodologia utilizada é de natureza bibliográfica, onde realizamos o levantamento de
referências teóricas renomadas no âmbito acadêmico e divulgadas em eventos científicos, em
formato de artigos e livros. A laminite pode ser provocada por diversos fatores como
problemas metabólicos, aumento excessivo de peso, sobrecarga alimentar, infecções
bacterianas, excesso de exercícios físicos e caminhadas extensas em solos duros. Existem diversos estudos que falam sobre a fisiopatologia da laminite, na maioria das vezes ela é
secundária há algum processo patológico sistêmico no corpo do animal, na qual foi causada
uma vasoconstricção decorrente da liberação de endotoxinas do metabolismo animal, onde
essas endotoxinas causam a necrose e hipóxia das lâminas do casco, e consequentemente
rotação da falange distal. Acomete frequentemente os membros torácicos e de acordo com a
gravidade pode atingir os membros torácicos e pélvicos ao mesmo tempo. Vale salientar que,
a laminite se divide em três estágios: desenvolvimento que é a fase inicial quando o animal
entra em contato com os fatores que desencadearam o mecanismo patofisiológico da lamine e
tem término no primeiro sinal de claudicação, o agudo onde se inicia a claudicação devido o
desconforto do membro apresentando pulsos fortes e patas quentes, e a fase crônica quando o
processo de claudicação já ultrapassa de 48 horas, podendo haver rotação da falange distal. O
diagnóstico é baseado na anamnese, sinais clínicos que são bastante evidentes, e na
radiografia. O tratamento inicial é de acordo com a fase que se encontra o animal, e
principalmente ser direcionado para tratar a causa primária da laminite, e não apenas a
inflamação. O tratamento precoce evita o agravamento pro quadro crônico. A crioterapia
apesar de ser indicada na fase de desenvolvimento, ela está sendo bastante utilizada em
diferentes momentos do tratamento, seguido da fluidoterapia associado com a utilização de
AINES onde os mais comumente utilizados são fenilbutazona (2,2 a 4,4mg/kg, via
intravenosa ou oral, a cada 12 horas) que é o fármaco mais consumido na degradação da
inflamação, edema e dor; o fluxini neglumine (0,5 a 1,1mg/kg, duas vezes ao dia, via
intravenosa) nas inflamações decorrentes da endotoxemia; DMSO (dimetilsulfóxido)
(administrado na dose de 0,1 a 1,0 g/kg IV, diluído em fluído poliônico com dextrose na
concentração de 10 a 20%) pode ser administrado a cada oito ou 12 horas usado como um
ótimo antioxidante; cetoprofeno (2,2 mg/Kg, via intravenosa a cada 12 horas) utilizado em
animais que apresentam lesões renais, hepáticas ou gastrointestinais por ele ser pouco tóxico e
ajudar no combate a inflamação. Na melhora do fluxo sanguíneo faz o uso da acepromazin; e
na prevenção de microtrombos faz o uso do ácido acetilsalicílico ou como agente
trombolítico. Outro fator importante no tratamento é cobrir a cama da baia do animal com
maravalha ou palha de arroz, pois ajuda a diminuir a pressão na ranilha. E como suporte
mecânico tem o uso da ferradura de correção de apoio feita sobre medida para o casco do
animal, para reduzir pressão nas partes mais sensíveis do casco. Quando houver uma rotação
da falange que penetre a sola do casco e o prognóstico seja desfavorável, deve-se considerar a
eutanásia, a não ser que o animal tenha um grande valor reprodutivo ou sentimental. Apesar
de ser uma patologia bem antiga e com sinais clínicos bastante específicos, a laminite ainda
afeta milhares de animais, mesmo existindo diversos tratamentos, nenhum deles foram
comprovados cientificamente, cabendo ao médico veterinário fazer a escolha pelo o que ele
julgar mais correto no momento. O tratamento deve começar no primeiro indício da doença,
para se ter um prognóstico favorável e contribuir com uma melhora de vida e bem-estar do
animal, vale salientar que é um tratamento bastante demorado e oneroso. Agradecemos a Liga
Acadêmica de Produção e Saúde Animal da UniVS, pela contribuição no trabalho.

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Publicado

2024-04-27