Impacto do diagnóstico de infertilidade na saúde mental da mulher
Resumo
O diagnóstico de infertilidade tem um impacto negativo nos casais que desejam ter filhos. No entanto, as consequências psicológicas são mais prevalentes nas mulheres, devido ao estigma social que as associa diretamente à sua capacidade reprodutiva. A crença de que sua feminilidade e valor como mulher estão ligados à fertilidade e procriação gera autocobrança, sentimentos de culpa, baixa autoestima, questionamentos e medos. Essas reações psicológicas aumentam o risco de desenvolver Transtornos Mentais Comuns, como ansiedade e depressão. É importante destacar que tanto homens quanto mulheres enfrentam desafios emocionais nesse contexto, e o apoio psicológico adequado é fundamental para lidar com essas questões e promover o bem-estar mental do casal. O objetivo do presente trabalho é compreender como a saúde mental de mulheres inférteis são atingidas após o recebimento do diagnóstico e quais caminhos possíveis para atenuar a situação. O presente estudo parte de uma revisão bibliográfica integrativa, seguindo os preceitos da abordagem qualitativa. As referências embasaram-se em artigos presentes nas bases de dados Literatura Latino-Americana em Ciências da saúde (LILACS) e Scientific Eletronic Library Online (scielo). Sendo estudadas apenas publicações posteriores ao ano 2018. Utilizou-se os seguintes descritores: Infertilidade; Psicologia; Saúde mental. A infertilidade é uma condição que afeta muitas mulheres e enfrentar esse desafio pode ser extremamente difícil devido ao estigma social associado a ela. Mulheres inférteis frequentemente experimentam discriminação e julgamento por parte da sociedade e até mesmo de seus próprios familiares. São verbalmente agredidas, sendo acusadas de não cumprirem seu papel como mulher por não conseguirem engravidar. Essa falta de apoio social em um momento tão delicado pode gerar desconforto emocional, além de cobranças excessivas e um sentimento de desconexão com a realidade. A notícia do diagnóstico de infertilidade muitas vezes representa a quebra de um sonho, e essas mulheres precisam enfrentar um processo de luto pela perda da possibilidade de terem filhos biológicos. Essa vulnerabilidade emocional as torna mais propensas a crenças negativas sobre si mesmas, como a sensação de desmerecimento e tristeza por sua suposta incapacidade. O impacto psicológico da infertilidade pode ser profundo e afetar diversos aspectos da vida. O isolamento social é comum, pois muitas vezes essas mulheres se sentem excluídas de um mundo que valoriza a maternidade. Crises de ansiedade, sensação de incompletude e solidão são sentimentos frequentes. Além disso, as dificuldades emocionais podem se estender para outros ambientes, como o trabalho e os relacionamentos pessoais. A infertilidade pode consumir tanto os pensamentos quanto as emoções, tornando-se o foco principal da vida dessas mulheres, prejudicando outras áreas importantes. Diante desse cenário, é crucial que haja acompanhamento e suporte adequado por profissionais de saúde mental. Esses profissionais podem ajudar a ampliar as perspectivas e explorar novas possibilidades para lidar com a infertilidade. O acolhimento e a compreensão por parte dos profissionais de saúde e do meio social são fundamentais para que a paciente possa expressar suas angústias e emoções, possibilitando uma busca por alternativas e um ajuste saudável ao contexto. É importante que os profissionais ofereçam sugestões e orientações que não tenham sido consideradas anteriormente, ajudando a paciente a encontrar um novo caminho e adaptar seu comportamento à nova realidade. Enfrentar a infertilidade é um desafio emocional significativo, e cada mulher tem uma experiência única nesse processo. É essencial que haja um ambiente de apoio e compreensão, no qual essas mulheres se sintam ouvidas e acolhidas. Com o suporte adequado, é possível encontrar maneiras de viver uma vida plena e significativa, independentemente da capacidade reprodutiva. A infertilidade não define uma mulher, e é importante que ela encontre formas de se valorizar e se cuidar, buscando apoio profissional e construindo uma rede de suporte emocional. Tendo em vista os malefícios que o julgamento e falta de suporte diante mulheres inférteis causa, é necessário que haja um processo de conscientização sobre a temática, dispondo compreensões sobre o que de fato representa o diagnóstico e quais possibilidades possíveis além da gestação biológica, como também a intensificação de acompanhamento psicológico, objetivando acolhimento, suporte e incentivo para que outras potencialidades dessas mulheres venham à tona e auxiliem o enfrentamento.
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